quarta-feira, dezembro 12, 2007

Lurking....


A espreitar da escuridão, a criatura outrora semente do mal ergue-se e reclama a minha atenção. Cobardemente invade os meus pensamentos e faz-me divagar sobre o sofrimento que posso causar a quem me consigo aproximar mais. Fantasio baladas negras de gritos enquanto desfaço em dor o olhar surpreendido de quem outrora confiara em mim. Sinto o estalar dos teus ossos debaixo do meu punho cerrado e deixo-te sem fôlego. A cada inspiração a dor aumenta e eu aperto mais para que saibas que não foi sem querer...
Sabes bem o que queres de mim. Alimentas o meu apetite de negrume e afias as garras a cada pulsar nervoso que manifesto ao imaginar o que crias para mim. Saboreio cada sensação, cada reflexo muscular que controlo, cada amargo que a doce me sabe na boca. Sabes que me enfeitiças e tenho de te contar para o mundo senão ao dormir me acompanhas e ao acordar não me deixaste ainda.
Sinto um malogrado prazer em imaginar atrocidades que fluem livres de censura quando menos espero. Cada palavra ou frase que se formam e se agrupam neste "nocturno" são notas duma obra irrepetível e insuportável por outros. Receio o que sucede quando sabem o disforme que me habita o pensamento.

Estava com saudades tuas monstro... bem vindo.

D.M.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Renascido...


Sinto-me como se duma cobra me tratasse. Algo no meu interior excedeu o confinado espaço que sempre lhe reservei e tenho de perder a pele para dar lugar a outra mais flexível. Dei-me o direito de deixar de me proteger do amor que me rodeia, de sentir intensamente cada beijo, carinho, cada olhar meigo ou mais intenso, vibro a cada onda de choque que sai dos teus lábios e do teu olhar.
Vejo as minhas entranhas ruir de tão podres que estavam os seus alicerces. No entulho predominam as camadas de cimento e metal que desajeitadamente, mas de forma sempre eficaz, acrescentei à armadura disforme que me impedia de sorrir e amar com vontade. O pó ainda não assentou totalmente e fico ofegante ao vislumbrar este espaço tão aberto e exposto que é agora o meu peito. Olho para os escombros e já imagino o que posso construir ali. É lindo amar.
Porque passei anos e anos sem me deixar levar neste rodopio de emoções fortes, de sensibilidades quase metafísicas, não sei dizer. O mundo encheu-se de cor, de intensos vermelhos e laranjas e também dos cinzentos, azuis e demais cores frias. Desta mescla de tons e cores primárias surge agora uma percepção mais clara e intensa das coisas.
Estar assim tem tanto de bom como de doloroso, mas penso que a dor é boa conselheira e nos previne de nos magoarmos demais ou voltar a repetir erros passados.

Se não aceitarmos a dor como uma parte integrante do amor, nunca o viveremos completamente, ficamos incompletos.
D.M.

sábado, novembro 24, 2007

Quente-frio


Entre nós existe luz, quente e aconchegante como se o amor pudesse assumir forma. Cola-nos os corações dispostos quando estamos juntos. Envolve-nos como nosso cobertor mais quentinho, protege-nos num casulo e deixa-nos descansar.
Entre nós dois existe luz, fria e distante que nos lembra que apesar de partilharmos o espaço, estamos em universos distintos. Arrefece-nos o espírito e como o frio cortante dos polos, faz-nos adormecer e desistir de lutar. Nesta luz, descansar é morrer, baixar os braços e deixar que o frio domine.

Quero só a luz quente, dou-nos calor do meu peito e aguardo nele a tua morada.

D.M.

terça-feira, novembro 13, 2007

Como te vejo


Não passa um dia que não te olhe à procura da definição do que vejo quando te fito. Poderia esbanjar linhas e linhas com os detalhes que acho interessantes sem nunca preencher o significado daquilo que realmente vejo em ti. Neste novelo de cordel remendado a que chamo mente, entre nós cegos e camadas de inutilidades, esgueiram-se rapidamente as palavras certas a dizer, fogem de mim como se do seu fim eu me tratasse. Parece-me que se as conseguir proferir
quebrar-se-á o encanto da incógnita que é o amor.
Vejo em ti o olhar agri-doce duma vida feita de marcas profundas que te fizeram a mulher que és hoje. Tremo quando o teu cheiro faz disparar todos os alarmes e quando o teu sorriso me hipnotiza o olhar. Na ponta dos meus dedos vive para sempre a memória da suavidade da tua pele e da textura dos teus cabelos. Ouço o bater do teu coração quando me colo ao teu peito e acalmo na doçura da tua voz. Vejo-te com os cinco sentidos e sinto-te mais do que nunca para além dos mesmos, quero inventar mil palavras novas para que compreendas o que quero te dizer, quero compor a melodia perfeita para que embales naquilo que sinto, quero-te bem pertinho para nunca mais te deixar de ver.
Vejo-te como alguém de quem gosto muito que faça parte da minha vida, vejo-te como alguém que pode voar bem mais alto e que ainda me vai olhar de cima mesmo durante os meus "voos".

Não te vejo... sinto-te.


D.M.

segunda-feira, novembro 05, 2007

AAAAAAAAAAAAAAAAAAGH !

Desculpem-me, mas hoje só vim aqui para gritar! AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH !

Tenho dito!

D.M.

O infinito e o infinitamente complexo

Dei por mim a retornar à "laje" para deixar mais alguns pensamentos. Desde que aprendi a ler que tentei aprofundar o meu conhecimento do indefenivel, do inconcebível, do infinito e do espaço sem nunca imaginar o complexo e infindável universo das emoções. Passei tantos anos a olhar para fora, a observar os outros, a aprender com eles e com as suas vidas, a moldar o meu feitio ao que achei mais correcto, a postular sobre tudo e mais alguma coisa sem saber realmente que o maior mistério ainda reside no nosso ser.
Parece-me algo despropositado admitir que só há pouco tempo me comecei a conhecer verdadeiramente, a saber expressar e sentir as emoções como elas devem ser vividas. Enquanto crianças fazemos tudo isto de uma forma completamente instintiva, à medida que crescemos aprendemos a nos "defender" das agressividades do ambiente e desaprendemos a sentir. Depois de refinar os meus sentidos e sentimentos deixei de ter espaço para a variedade e para a expressão. Carrego ainda uma tonelada de coisas que quero exteriorizar e enfrento agora um único dilema, o de assoberbar quem amo com os anos de "arquivo" que anseio por mostrar.
É como aprender a andar. Começamos por passos pequeninos e depois tentamos sem nos segurar-mos à mesa, depois até damos uns passitos mais ligeiros mas sempre com cuidado para não cair e não se magoar. Sinceramente acho que já estou no "passito ligeiro", tenho medo de me magoar, mas o fascínio da descoberta faz com que a dor seja apenas útil na decisão do próximo passo e não na determinação do meu caminho.

Estou a descer às profundezas do meu ser, estou a deixar que espreitem... tremo! O meu amor vai-me valer! O meu monstro olha, desconfiado, esta abertura que agora mantenho, resmunga baixinho o temor que também sente mas não me vira as costas.


A imensidão dos sentimentos é apenas comparável à do universo, a complexidade do sentir no entanto, não tem par.

D.M.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Perra !


Ando meio cansado de usar infindáveis listas de figuras de estilo para descrever o que em mim se sente. Pregadores, freaks, imagens tétricas que iludem o olhar destreinado e afastam quem não vê por entre as linhas.
Fiquei alguns dias sem escrever uma única linha, sem "despejar" nada e o resultado foi conclusivo. Preciso de gritar o que me parece entorpecer. A porta que antes se abria ante os meus pedidos mais profundos e deixava ver mundos imaginários sem fim nem tabus ficou perra. Foi usada continuamente, em silêncio, sem que pensasse que um dia estaria danificada do uso indevido. Todos os dias forcei a entrada e fui ofuscado pelo dilúvio disforme e profano de tantas e tantas imagens silenciadas.
Fito a porta com algum receio de não ser capaz de aceitar o que carrego, de ter de a cuidar para que abra melhor e que feche rapidamente ao meu pedido. Ouço ainda o respirar do monstro que aguarda pacientemente pela minha vinda. Ao seu comando todos os outros recuam e esperam que chegue a sua vez. Ele sabe que o mundo real tem apertado a ferrugem nas dobradiças, que a cada palavra que escrevo dou espaço para me descolar mais uma vez daquilo que me rodeia, ele também sabe que a linha que me separa do seu mundo é fina e que por si só não é uma barreira. Imagino uma linha de giz desenhada no chão para a qual aponto e grito "daqui não passarás!". Tento acreditar que ele respeitará a fronteira e não chamará a sua orde para me arrastar para casa.
Parece-me que um dia fecharei de vez os olhos a este mundo e poderei então deixar-me ir para o lugar de onde surgi.
Não há pressa... o tempo é inevitável e certeiro.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Mais anormalidades




Desmonto a vida em imagens, em pequenas cenas que, para mim, representam acções, sentimentos e palavras. Como uma cor pode sugerir um estado de espírito para muitos, uma pessoa nua e carbonizada num campo deserto de gelo mostram uma amálgama de sentimentos para mim. Vejo as coisas que sinto mas nunca sei aquilo que sinto realmente. A abstracção é contínua e vazia dum sentido lógico, as imagens sucedem-se repetida e teimosamente sem deixar palavra do que me querem dizer. Vejo-as, vivo-as e deixo-as fluir para que saiam, mas ficam.
Vejo um homem costurado, feito de muitos bocados que não são seus. O seu corpo foi irremediavelmente adulterado pelas camadas de pele diferente que compõe a aberração que ele é hoje. Nalguns retalhos a precisão e o cuidado quase cirúrgicos traduzem um carinho especial. Parece que cuida daquele pedaço duma maneira diferente e terrivelmente contrastante com o traçado irregular dos pontos infectados daquilo que não quis por em si por vontade própria. Os osso das canelas e as rótulas estão agora visíveis, mostram um desgaste rastejante por medos e incertezas que o reduziram à prostração. Terá de procurar mais bocados para remendar o que parece irremediável.
Na dor constante que o agonia já não existe manifestação, faz parte dele como a necessidade de respirar ou beber, alerta-o e mantêm-no de guarda dos perigos que só ele percepciona. Cego de realidade caminha sem rumo e sem sonho, caminha porque acha que deve caminhar e vive porque assim se tem proporcionado.
A alma já não habita a carcaça decadente e despersonalizada, observa-o dum plano superior com dó daquela mente sem esperança. Por trás de si arrastam-se fluidos, fios e tubos que se prendem ao novelo que o envolve e vive por ele com impulsos e ruídos metálicos duma máquina que ainda o quer para si.
Há-de cair... chegará finalmente ao fim e será parte doutra manta de retalhos, num outro sítio qualquer.



D.M.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Doi-me o coração


O meu menino está doente. Olhar para ele neste estado corta-me bem fundo no meu ser, faz-me desejar que fique bem instantaneamente ou que de alguma forma eu possa suportar o seu desconforto e dor.
Andava ele tão bem todo este tempo e de repente sou chamado à realidade com a suavidade dum berbequim a perfurar a testa. Afinal o problema não desapareceu, esteve sempre lá escondido e agora ameaça tornar uma comum gripe ou constipação em algo bem mais sério. A cobarde age pelas sombras e fere os anjos que dela não percebem nada. A besta nem sequer dá para ser vista de maneira a nos prevenirmos, ela espera que o anjo esteja desatento e mais debilitado e arma logo das suas.
Gostava de me tornar pequeno, mas tão pequeno que pudesse procurar o âmago da besta e o cortasse fora para sempre, que o expulsasse do código do meu anjinho que precisava era de estar bem e divertir-se.
Hoje tive de tomar medidas mais sérias, assumi uma responsabilidade em prol do conforto e bem estar do meu menino, entristeci e fiquei confuso e ele quando recuperou um bocadinho das suas forças veio ter comigo, sorriu e disse-me que estava com saudades minhas. Completamente desarmado pelo amor e carinho que irradiava do seu sorriso e do seu afago, não fui tão forte como ele e mantive o semblante fechado, porque sou adulto e tenho de pensar nas coisas seriamente.
Dorme, exausto dum dia de médicos e medicamentos e todos os sintomas desagradáveis que ainda passa. Parece que nem foi assim...

Doí-me o coração, mas não deveria ter dor o meu menino.

terça-feira, outubro 02, 2007

Quando a alma escurece


Hoje é um daqueles dias em que não se vislumbra raio de luz cá por dentro. Sinto-me a definhar lentamente, sem que me aperceba, pouco a pouco deixo-me ser devorado e sorrio sempre...
Porque não consigo fazer nenhum sentido, nem me apetece falar do banal, porque estou farto de bradar o que acho correcto, porque ninguém acha que os sonhos são assim tão importantes, deixo o monstro espreitar e deleitar-se na sua demência.


Estou a olhar para dentro... não se ouve nada nem nada se vê. O meu ser esvaziou-se de tudo por não ter mais chão para todas as coisas que procuro fixar. Desloco-me sem tocar no chão inexistente na esperança que os meus olhos se habituem à escuridão e descubram um caminho no vazio. Esfrego os olhos com força e continuamente até que me parece ver uma ténue linha vertical de luz ao longe, muito longe. O silêncio sufoca cada palavra que tento gritar na direcção da luz. Sem distância nem movimento a luz parece aproximar-se e revela um contorno duma porta. Ouço finalmente um som, um ranger raro que ecoa nas paredes invisíveis e gela o peito. Dali surge uma cabeça disforme e negra, apoiada em membros assimétricos numa espécie de corpo curvado. O meu monstro veio ter comigo, deixou-se ver e sentir. Apesar do seu ar repugnante e letal, conforta-me na escuridão e dá-me força para enfrentar mais um dia neste mundo ainda mais feio. Toca-me de leve no ombro e pede para que faça parte de mim para sempre, sem palavras descreve o quão forte ficarei se aceder ao seu desejo, a seriedade e agressividade que farão parte da minha vida se o deixar entrar... Penso por momentos... Tempos inacabáveis acrescentam à pressão que sinto a ceder, ele olha-me com os meus olhos como se soubesse que será inevitável.
Ainda não o deixei entrar, está à porta a espreitar e a decidir até quando lá ficará sem forçar a entrada.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Entardecer

Por causa do entardecer pensamos no tempo que se gasta sem fim nem começo. No fim de cada dia, estamos quase sempre demasiado cansados para avaliar como gastamos as horas de luz que nos foram entregues. Procuramos olhar o entardecer como o por do sol, algo que ocorre sempre, dura alguns escassos minutos e que por vezes é deslumbrante ou apenas o sinal do fim de um dia que ansiávamos acabar.
Escolhi esta fotografia propositadamente porque está ligeiramente desfocada. O entardecer tem múltiplas nuances e variantes, pode ser literal, romântico ou até mesmo dramático. Representa a beleza natural no seu esplendor e insuperável variedade. Assim, olhando a fotografia desfocada, alguns tentarão imagina-la em foco e como seria deliciosa para o olhar se desvendasse todos os seus detalhes, outros fitarão com desdém do fotógrafo que poderia fazer melhor, por fim há aquele pequeno grupo de pessoas que imaginarão a fotografia mais desfocada e impressionista, deixando apenas pistas das formas e dando maior realce à variedade de tons que nela se escondem.
Eu olho-a como a representação do fim de mais um ciclo, o fim de uma vida e o antecipar do nascimento que se anseia. Tento olhar a minha vida assim, como se fosse um nascer e um por do sol. No inicio e no fim do meu percurso haverá sempre beleza e harmonia, preciso mesmo é de olhar pelas minhas "horas de luz" e não deixar que sejam menos que os extremos da minha existência.

Um bem haja aqueles que conseguem aproveitar ainda a sua "luz" mesmo quando se viram privados dela.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Freak... parte 2... ou 3, já nem interessa!




Nem com o tempo as coisas mudam. Aquele velho ditado que dizia que "o tempo é cura para tudo" e o outro que afirmava "só o tempo dirá" sem esquecer o "é uma questão de tempo", fazem do tempo uma espécie de deus que todos nós adoramos e deixamos que nos molde. A sensação que habita os recantos da minha mente, é de total pasmo! Como posso eu deixar que estes e outros dizeres, fruto do saber popular, façam com que entre no ciclo? Que ciclo?! Parece mesmo que estou a olhar um aquário pelo lado de fora! Estou a ver tudo e os "peixes" andam na sua vida sem saber o quão extenso é o mundo que os rodeia. Se pegamos na história e olhamos bem para trás posso plagiar uma frase do cartoonista Quino "Evoluímos tanto, criamos tanto e como as intenções pouco mudaram!". O ciclo não é mais do que a tendência natural para nos sobrepormos e superarmos continuamente, para exagerarmos e criarmos sem freio, para menosprezarmos a nossa essência e car no egoísmo de mudar o mundo para nos servir melhor.

Era no futuro... digo-o no passado porque dele apenas restou uma memória digitalizada para hipotéticos Arqueólogos que não humanos... O dia começava com um despertador auditivo, configurado especificamente para cada pessoa, para um acordar mais eficiente. Uma leve picada completava o trabalho de nos acordar com o coktail que estimulava o córtex e os músculos. O quarto diminuto era rapidamente substituído pelo cubículo de limpeza a seco, a água era uma bebida para ricos de tão rara que se havia tornado. Saia pelo elevador expresso atrás de tantos outro que partiam para a sua função diária a velocidades alucinantes, por tubos transparentes que nos deixavam vislumbrar a amálgama de estruturas disformes e altamente avançadas que tínhamos criamos. Eu fui manipulado geneticamente para desempenhar um trabalho difícil e letal para qualquer outro humano, fazia manutenção dos núcleos de fissão nuclear e do sistema magnético que alimentava todo o movimento da cidade-estado...
Numa dada ocasião tinha perdido uma perna num acidente com uma comporta que teimara em selar a câmara de fissão 3B antes que conseguisse sair. Tive de me arrastar até à enfermaria na área descontaminada e lá reconstruiram o membro com CCA (crescimento celular acelerado). Fiquei de baixa por dois dias até a perna estar completa. Senti que não ter um corpo, ter sim uma máquina com peças substituíveis...
Andava outra vez a pensar em ter filhos, mas precisava de autorização e de sorte para que eles fossem aprovados e seleccionados para uma manipulação que lhes desse uma vida melhor que a minha.
Os 375 milhões de habitantes na cidade em que eu vivia, faziam desta um local muito parecido com os reactores que operava. O equilíbrio era precário e apenas ajustado milimetricamente para compensar alterações. Os reactores e todo o equipamento que alimentava a cidade estava sempre a ser levado ao limite com as necessidades crescentes da população apesar das normas limitativas da direcção geral.
Depois de um dia de trabalho, passava cerca de duas horas em banhos químicos de descontaminação, depois ficava ainda mais meia hora num campo magnético para reduzir a radiação a níveis que não fossem letais para outros que não fossem como eu. Chegava a "casa" e enfiava-me na cama, com simples comandos verbais ordenava o meu espaço, pedia o jantar que invariavelmente era CCS (Cambell's Complete Soup). A parede recolhia a mesa e o prato enquanto a música ambiente continua a fundir-se com os ruídos de servo-motores que fazem surgir a casa de banho da mesma parede.
Deitava-me e pedia que aparecessem no ecrã as imagens de animais e árvores que existiam noutros tempos. Nem imagino a que cheiravam as plantas e os animais, os sons tinham sido gravados e aumentavam as saudades daquilo que nunca tive.
Fechava os olhos enquanto ouvia o uivar duma criatura que se chamava lobo, imaginava-me a seu lado com o frio da noite a aguçar os meus sentidos. Adormecia e logo acordava para mais uma injecção de realidade.
A minha série precisava apenas de 4 horas por dia para descansar...

segunda-feira, setembro 24, 2007

Travelling without moving....

Tenho um mundo secreto.... Guardo-o bem escondido de toda a gente, é só meu! Mas, às vezes preciso que se saiba dele, preciso que as suas maravilhas encantem outros.
Estava a ver as fotografias tiradas nas férias e cruzei-me com esta, tão simples e pacífica, fez-me viajar. Fecho os olhos e navego pelo lago onde as raízes alimentam os juncos e abrigam os ninhos. Ouço a água somente quando remo por ela que de outra maneira não existiria como som. Ao longe vêem-se as casas e o bulício das pessoas e carros a correr pra parte nenhuma. Elevo-me com as garças que se assustam comigo, grãos de areia serpenteiam por entre ruas como se de formigas se tratassem. O ar, ensurdecedor, gela-me a cara e o corpo, quase dormentes. O horizonte cresce e curva-se, muda de cor e presenteia os seres alados com visões mágicas do mundo. O sol derrete-se nas águas do mar e precipito-me em seu encalço, embato nas ondas violentamente e sou acariciado pela espuma que se forma em meu redor. Primeiro o silêncio, depois silhuetas de ninfas que me espreitam na água baça e turbulenta. Paro um momento e embalo no rebentar das ondas na praia, cada vez mais distantes, cada vez mais escuro. Toco no fundo, cego, gelado e a sentir as vibrações de cetáceos que cantam melodias mais antigas que a humanidade.
Abro os olhos e vejo de novo a fotografia. Sorrio ao de leve a pensar o quanto as imagens me fazem viajar... para tão longe.

Fui sem ir e vi sem olhar, viajei às alturas do céu e às profundezas do oceano, bebi da minha imaginação e embriagado sorrio com prazer.

sexta-feira, setembro 21, 2007

Introspecção


Parei um momento. Acho que tenho de respirar fundo e aproveitar este raro momento de clareza. Estive a reler o post anterior (e mais uma vez encontrei um montão de erros) e fiquei surpreendido com a reacção que provocou, que foi perfeitamente oposta à que eu esperava. Afinal posso deixar sair aquilo que constantemente escondo por vergonha ou por já saber a reacção. Decidi por isso continuar a dar asas mesmo às mais absurdas das minhas ideias. E seguindo o exemplo anterior, faço das próximas linhas uma ausência real de objectividade e lógica. A introspecção como a vejo hoje...

Descalço, sentia cada pedra escaldante no leito do lago seco. A cada passo que dava estalavam as placas de terra ressequida e delas se formava um pó que lentamente se acumulava por todo o meu corpo. O Sol impiedoso rasgava camadas de pele rindo-se de não haver abrigo à sua tortura no horizonte. Parei de andar, pronto a desistir de tal demanda sem destino definido. Senti as pernas a fraquejar até cair de joelhos naquele vazio escaldante pintado de luz e castanhos. Mergulhei os dedos no solo árido numa procura desesperada por água sem me aperceber que estes se alongavam e adquiriam perfis lenhosos de raízes. Sentia-os a perfurar cada vez mais fundo, mais frio, mais húmido. Saciei a minha sede e vi-me preso naquele lugar desprovido de vida... Debati-me o mais que pude e apenas me apercebi de como o que restava do meu corpo ia lentamente transitando do estado de carne para o lenhoso. À minha volta começaram a surgir caules inúmeros e verdejantes como que a me darem as boas vindas à minha última morada. Pestanejei inúmeras vezes na esperança de tudo ser apenas fruto do Sol maldito que recosera o meu cérebro. Quando abri os olhos pela última vez, olhei para o horizonte e o nada continuava infinito, castanho e quente, apenas a vida surgia em meu redor numa dança vagarosa que brevemente me iria cobrir na totalidade. Hoje apercebo-me do nada que criei, como a vida está mesmo ao nosso redor e só a vemos quando ela se torna sufocante.

Tenho de me mover outra vez...

quarta-feira, setembro 19, 2007

Freak

Não posso mais debater os conceitos de normalidade, inteligência nem das maneiras como vislumbramos o mundo porque na verdade não o vemos. Hoje quero apenas falar daqueles que procuram o inexplicavel como uma forma de exercitar a sua imaginação e de afogar a enfadonha realidade do dia-a-dia. Não foi há muito tempo que o senhor meu patrão se referiu à minha pessoa como o "freak". Pelo que sei, este termo foi dado a um movimento cultural e musical nas décadas de 70 e 80, ora visto que eu apenas teria idade para brincar à bola (que nem o fazia muito bem!) ou ver desenhos animados, depreendi que sua excelência usava o termo duma forma mais literal. Ainda fiquei alguns momentos a digerir tal apreciação e a tentar coloca-la num contexto que fosse lógico ou que encaixasse de facto com o que eu acho de mim e depois desisti. Fica claro que padrões de comportamentos e a inserção dum sujeito num dado grupo é a melhor maneira de tranquilizar a ignorância de quem não nos conhece.
Como não costumo gostar de ter fama e não ter o proveito, vou aproveitar para "avacalhar a cena" e justificar o rótulo que me foi "colado", vai daí que as próximas linhas podem estar bem longe daquilo a que se chamaria um texto normal. Aos que não gostam deste princípio, peço desculpas pelo tempo perdido... não peço nada! Tava a brincar!

Nesta maravilhosa noite húmida e fria vislumbro a janela aberta dum prédio vizinho de onde escorrem milhares de litro de melaço amarelo ambar que cai silenciosamente até à rua onde espectantes, as pessoas deixam-se envolver na pegajosa matéria que os vai conservar assim para todo o sempre. As árvores que ardem ao longo dos passeios iluminam a macabra cena e dão um ambiente acolhedor aos que ainda agora se juntaram ao rebanho sacrificial.
Da janela que ladeia a cascata dourada um homem ri descontroladamente enquanto atira mulher e filhos para o lago que agora já escorre para os campos cultivados que se estendem por entre carvalhos andantes com centenas de anos de história materializada sob a forma de longos ramos.
Uma vontade quase irresistivel invade a minha mente e vou imediatamente buscar os óculos de mergulho para que veja bem assim que mergulhe na lenta onda que se dirige à minha varanda.
O silêncio é dourado e translúcido, aquece-nos apesar de gélido e nos impedir os movimentos.

O tempo pára e vejo-nos a todos dentro dum globo na mão de alguém maior que observa a cena a em silêncio...


Freakish.

segunda-feira, setembro 17, 2007

Para além dos sentidos


Enquanto tiver a capacidade de me questionar, posso dizer que afinal não sou aquele caso perdido que pensava ser. Já passaram alguns anos desde que o meu cepticismo foi posto à prova, que a minha lógica foi confrontada com mais uma questão sem resposta, ou como me tento convencer, com uma incrível coincidência. Neste fim-de-semana que passou "senti" algo, alguma coisa alterou o meu estado de espírito tão rapidamente que poderia ser diagnosticada bipolaridade. Sem a intervenção consciente, tomei atitudes e percorri passos inéditos de maneira a satisfazer um ritual nunca antes celebrado.
Perguntei-me o que se estaria a passar e por que raio estava tão afectado com uma manifestação física de arrepio e a sensação inexplicável de que algo não estava bem. Como de costume ignorei e passei à frente porque não tinha lógica, nem mesmo nenhum cabimento especular sobre uma abstracção. No fim do dia, taciturno, respeitei o cansaço do meu corpo e adormeci.
Na manhã do dia seguinte recebo uma mensagem que relata a coincidência e esmaga-me a razão. Milhões de sinapses explodem na minha cabeça numa procura desesperada pela explicação, sinto ferver por dentro e o corpo toma o lugar do cérebro que em mais nada pode ajudar. Não explico, não compreendo, sinto um calor na cara e os olhos vertem um coctail de frustração e tristeza.
Agora que "já passou", tenho tempo de analisar e dar-lhe de novo o rótulo de coincidência. Só que desta vez estou a pensar nas outras vezes e de como as coincidências são casos isolados, raros e duma aparente simplicidade que assombra o mais céptico dos cépticos. Não são exactos nem precisos, pecam pela falta de detalhe e orientação, mas abusam da emotividade e fazem sentir tudo aquilo que não pode ser dito em palavras.
Assoberbado por perguntas sem resposta, forçado a olhar o dia com lampejos do sobrenatural, esfrego os olhos para focar de novo no que realmente sei que existe. Conforto-me com o trabalho, penso nos outros e no que lhes faz o dia ficar mais ou menos colorido. Digo uma piada ou duas mas não consigo evitar o fechar da minha cara.

Fico furioso! Não consigo racionalizar nem explicar nem mesmo teorizar! As coisas são como são e pronto. Explicar é infrutífero, cansativo e desnecessário.


Foi só mais uma coincidência...

quinta-feira, setembro 13, 2007

Colour blind


A veia tem estado negra ultimamente, por isso decidi pingar este lugar com um bocadinho de cor a ver se animo as hostes (especialmente as minhas).
Como a expressão plástica nos pode elevar o espírito e quebrar os mais restritivos pensamentos que nos arrastam para baixo como se de uma grilheta se tratasse. Ver as cores, aproveitar o sabor e calor que nos transmitem sem no entanto lhes tocarmos, respirar a paisagem inspirada dum pintor qualquer, admirar os detalhes das mãos dos intervenientes na cena e o quão humanos nos parecem quando não passam de personagens de óleo ou acrílico....
Pode-se afirmar que o quadro poderá ser a janela com a paisagem de sonho ou o vislumbre da alma materializada de alguém. A escultura torna-se orgânica mesmo quando abstracta, fere os sentidos com a sua rudez e suplica-nos uma carícia nas texturas que a compõem. A fotografia será sem dúvida a única máquina do tempo que temos ao alcance de quase todos, perpetuam-se sorrisos e expressões, umas engraçadas, outras tristes, outras sem ninguém mas todas mostram como quem está por trás da camara vê o seu mundo e espreita o passado. A dança é a expressão física do som e das sensações que nos são transmitidas por uma música ou amálgama de sons que electrizam os músculos numa incontrolável vontade de seguir a melodia ou desmonta-la na arritmia do caos.
Da expressão plástica levamo-nos pelas ondas suaves dum blues ou soul que nos enternecem ou aquecem, dos arrepios dos violinos de Vivaldi às sérias ressonâncias dos violoncelos de Schubert, ao negrume cativante de Bach às epopeias de Verdi, todos eles são mestres na personificação dos sentimentos em música. O caótico mundo do techno que explora a nossa apetência mais animal pelos sons nas suas inúmeras variantes, a adrenalina que os músicos de rock e metal nos fazem sentir quando libertam as garras sobre a guitarra e como nos colam ao chão com as suas baladas inimitáveis.
Por vezes nem estes mundos são suficientes para nos afastar do facto de que por vezes, as cores são só cinzentos e a música será só um ruido ao qual nos habituamos e treinamos o ouvido para a esquecer.
Ultimamente não vejo as cores, nem me arrepio com a música. Parece-me que preciso de ser deslumbrado novamente por algo ou alguém. Queria ser miudo outra vez!!

Com a inspiração a preto e branco...

quarta-feira, setembro 12, 2007

Biomecanoide em fuga...


Hoje estou cansado... quase ao ponto de ficar transparente e me deixar desvanecer sem medo. Após uns ensurdecedores momentos na noite, sinto o desejo de ador,ecer em paz, sem mais acordar, sem mais ter de me elevar e pegar no estojo de primeiros socorros para remendar o que se estragou ontem.
Estou tão cansado que já nem sinto vontade de reclamar "alto" com o mundo e com a cegueira que nele impera. Não vou cair na repetição do que acho que deveriamos ouvir, ver sentir... O ser humano tem de ser capaz de o fazer autonomamente, sem ajudas e sem alguém para o lembrar.
A nesga de luz que por vezes perfura a telha que nos reduz às sombras é uma bênção. Conseguimos por um instante vislumbrar como tudo poderia ser se... como se tivéssemos agido de maneira diferente nada estaria como... temos de olhar em frente e não esquecer as lições duramente aprendidas para que esta amostra de luz não mais nos abandone.
Os "ses" da nossa vida arrastam-nos constantemente para um estado quase catatónico perante a vida. Perdemos segundos preciosos a lamentar o que deveriamos ter feito ou não ter feito, esses segundos multiplicam-se em horas e em dias que sorrateiramente sugam o tempo que ainda nos resta. E depois se o emprego que temos não é o que queremos? E que tem estarmos de novo zangados com a nossa cara metade? E o que tem demais estar muito transito? Não param para pensar que o emprego ranhoso que temos permite-nos existir na sociedade e alimentar o carro que esgota o dinheiro pelo escape no meio do caos egoista das estradas em hora de ponta, que ainda nos faz chegar de novo atrasados para o jantar de familia agravado pela neura que acumulamos do dia-a-dia. Não param para disfrutar os escassos momentos que temos com aqueles que amamos porque ainda estamos absortos pela merda dos problemas que em nada contribuem para nós e para ninguém. Não respiram fundo, cheiram o ar da casa com uma amálgama de fragrâncias da pele dum filho, do cabelo da mulher do sofá manchado daquela vez que nos divertimos a ver o nosso rebento a comer o seu primeiro gelado. Não olhamos as paredes do corredor, testemunhas arranhadas das primeiras peças de mobilia que entraram por estas portas, por nossa escolha.
Não queria cair na repetição e caí...





Estou mesmo muito cansado e vou deixar que o sono apague de vez aquilo que despejo aqui e ali nas formas mais completas possiveis de exorcisar o negro.
O negro é a escuridão... medonha! Confortante. Lá estão todos os sonhos e medos que fazem de nós os maravilhosos seres pensantes com alma que ainda acreditam que as coisas vão melhorar.
Na escuridão encontramos a surdez dos factos e ansiamos pela melodia dissonante dos sonhos.
Será assim tão mau encontar o fim?

segunda-feira, setembro 10, 2007

Visualizar....


Houve alguém que escreveu que "o essencial é invisível aos olhos", eu concordo. Parece-me que a cada dia que usamos os olhos para nos guiar e tomar decisões falhamos no olhar verdadeiro das coisas. A sociedade inunda os sentidos até que estamos de tal maneira assoberbados que ficamos cegos ao que realmente conta. Os olhos são o espelho da alma (também alguém escreveu), não são referidos como a fonte da visão nem como são mais ou menos sensíveis à luz por causa da sua cor, nem como constituem uma forma única que nos destingue de todos os animais na superfície da Terra.
Ver é muito importante, permite-nos evitar obstáculos e até vermos cores e formas que nos fascinam, permite também contemplar uma paisagem e aquecer no calor dum sorriso. Mas como gosto de me contradizer peço-vos para fazerem um exercício... não estou a falar de bicicletas de manutenção, caminhadas e afins, mas um exercício mental que vos pode transportar para uma visão cega de luz, cor e formas. Se nunca tivessemos tido visão, como poderiamos falar de formas e cores? Como será que imaginaríamos os objectos que "veríamos" com as mãos? Conseguem se despegar dos conceitos adquiridos por anos e anos de visão e visualizar o mundo pelos sentidos que vos restam? Que cor teria o calor? Que nome teria a cor do calor? Que coisas veríamos que não tinham de respeitar as covenções do homem e do mundo que as reprime? Seríamos capazes de conceber os horrores que criamos se não pudéssemos ver?
Não peço que se fuja da realidade nem que nos refugiemos dos problemas, mas peço que nos permitamos expandir a visão que teremos das coisas sem que usemos os olhos. Visualizem tudo o que vos rodeia sendo levados e vendados até a um lugar onde nunca estiveram... vão ver que serão surpreendidos quando levantarem a venda.


O amor teria forma?
O cheiro teria cor?
A luz seria líquida?
A árvore seria infinita?
O ar seria de algodão doce?
O sabor seria uma criatura?

Abstracto me despeço.

Insomniac


Isto hoje ta demais! Não consigo dormir e por isso decidi escrever mais um pouco.
O post anterior ja mereceu comentário indicativo da bela confusão que fiz ao escreve-lo, mas não mudo uma linha! Por vezes palavras podem ser só palavras e podem significar nada para muitos e significar muito para poucos. A coisa adensa-se e anteveem-se tempos complicados para esta ja de si confusa mente.
Vou ter de começar por pedir desculpa pela minha subjectividade no trato de certos assuntos hoje, parece-me que a mensagem é apenas dirigida ao cromo que a escreveu e certamente o único que a entende. Sendo assim não podia deixar de escrever um outro bloquinho de "pérolas" recheadas de nada para vos oferecer.
A mente é de facto um lugar maravilhoso para se estar. Não existem limites para o que podemos fazer ou inventar, a única censura possível é a nossa e os tabus não fazem sentido. Perco momentos infinitos a idealizar paisagens, teoremas, postulados, cores, formas, formas de vida, vida sem forma... Tudo isto surge já involuntariamente e com maior frequência a cada dia que passa. A sucessão de imagens, ideias e temas surgem em catadupa e sufocam qualquer tentativa de por ordem nesta "casa de loucos"! Quero deixar sair estas formas de expressão mas o tempo não chega. Para quando a invenção duma máquina de gravação de sonhos?
Já me foi dito várias vezes que o que penso, "estudo" ou até digo em voz alta é dum total desinteresse por parte de qualquer pessoa "normal", que não faz sentido ou que não há paciência para me ouvir. Algures no meu pseudo-blog, já me referi ao conceito de normalidade e da forma como é encarado, aqui renovo a minha indignação ao ser alvo de comentários menos próprios. Ora bolas! Se de facto sou louco, se de facto o que digo não faz sentido, se de facto sou chato demais para aturar, então eu sou o único que ainda não se apercebeu!!! Deixem-me com a minha loucura, com a expressividade pesada e destorcida de alguns dos meus "textos", leiam e odeiem, leiam e gostem, o importante é que exorciso o que por cá vai.
Duma forma geral, as pessoas de quem se diz escrever bem, são de facto personagens algo isolados na expressão da sua criatividade, o que faz do seu trabalho um testemunho único e limitado pela lingua, da fonte transbordante da sua mente. Eu não quero me comparar aos escritores e pintores que de facto amam aquilo que fazem e empenham-se na conquista de mais um estilo, fase ou história que lhes assombra o espirito. Quero apenas perguntar quantos de vocês foram encarados numa conversa (mesmo que informal) com a total imcompreensão dos receptores da vossa mensagem? Quantas vezes vos faltou palavras e acabaram por se remeter ao silêncio por não haver forma verbal de transmitir o que querem? Por quantos lugares passaram e ouviram ao longe a conversa de outros tentando encontrar no meio daquela banalidade toda uma chama que vos aquecesse o espirito na sua curiosidade ou inteligência? E quantas vezes se afastaram discretamente dum lugar ou grupo de pessoas porque são sempre alienados pelo teor e contexto? Já não se trata dum problema de adolescência e falta de capacidade de encaixe social, trata-se da insatisfação que se sente ao não conseguirmos nos exprimir como queremos ou não conseguirmos nos fazer entender. Se calhar é tudo muito simples e eu é que sou limitado e não consigo ir para além da postura de rebelde conformado que de tudo desdiz e reclama no papel, porque na vida real as coisas não são bem assim...

É um facto que hoje não estou lá muito bem. A vida tem a incrivel capacidade de nos lembrar o quão pequenos somos e que, apesar de tudo, não vamos ser maiores. Esta sensação é esmagadora de corpo e espírito e peço perdão pela negatividade.

domingo, setembro 09, 2007

A surdez do Pregador...

As férias têm destas coisas... ausentamo-nos por longos periodos sem dar satisfações a ninguém... e agora estou à espera de milagres!!!
Venho me resguardar neste canto de lamentações e constestação predominantes mas hoje num acto de contrição. Durante vários anos e várias conversas fui sempre o bom ouvinte e por vezes o melhor conselheiro (nada de modéstias aqui porque afinal foi o que me disseram!!), e fui sempre apologista da simplicidade, frontalidade (atenção, não confundir com falta de respeito!) e o estar atento aqueles que amamos e que significam algo para nós (poooois, faz o que eu digo e não faças o que eu faço não é?). Não deixa de ser bastante curioso o quanto pregamos valores e bons pensamentos durante a nossa vida e somos completamente surdos aos mesmos. "nem penses que já não há solução!" - disse a uns (umas) - "Tens de telefonar à tua mulher, mas antes de dizer para atrasar o jantar porque trabalhas até mais tarde, pergunta como ela está. Vais ver que ela gosta!" - doutrinei a outros - "A pior merda que podes fazer é achar que tens sempre razão!" - vociferei aos mais casmurros(as). Fui pregador da "boa palavra" por várias vezes, inspirei confiança em muitos (as) e fui muitas vezes portador duma mensagem de calma e racionalização dos problemas. Lidei com o melhor e com o pior que o ser humano tem para dar e mostrar, afinei os sentidos para não deixar passar as subtilezas e isolei o coração para que não se ferisse mais com o que ouvia. Tornei-me prático, racional e acima de tudo dormente... como uma máquina programada para dar a resposta perante um determinado pedido, deixei de ser humano e o acto espontaneo passou a ser uma história do passado. Estou dormente, as coisas não têm as cores que tinham, não me doi a dor dos outros nem me permito mudar, tal é o medo de falhar e sofrer...
Digo tudo isto e não é por acaso, aprendi mais sobre mim e o que se pasa na minha vida nestes últimos 7 dias do que durante uma vida inteira. E não estou a exagerar! O pregador tornou-se o incomodado tipo que atende uma ceita qualquer à porta num domingo de manhã com ar meio ensonado. Não queria ser acordado a ouvir o que vai mal no mundo, nem o que de bom há no "céu", nem sequer me dei ao trabalho de ouvir para ao menos tirar algo de positivo da mensagem. O pregador é surdo!!! Ouço palavras que derramam pela cara abaixo de alguém que sofre da minha surdez e vejo o quão adormecido estive este tempo. O pregador é cego!!! Sinto que domino um só mundo que nem sequer é o meu, manipulo e esfrego as mãos ao adicionar mais uma "cabeça" na minha sala macabra de troféus, incho como um porco sem saber que o fim que terei será em tudo semelhante ao do suíno. O pregador é hipócrita!!
Este pregador foi "pregado", mas desta vez na dura realidade e na ilusão que criou que de tão "bela" e "perfeita" o iludiu a si mesmo. O coração já quase totalmente empedrenido do pregador pode ainda adquirir a consistência certa para pelo menos salvar o coração que feriu repetidamente, para se lembrar que o amor existe e que dele surge um calor que desmonta qualquer ilusão e faz da realidade a verdadeira beleza e perfeição que se precisa.

A ti que feri... desculpa.

terça-feira, agosto 21, 2007

"Palarelismo"


No dia a dia tive sempre uma forte componente do uso de imagens como forma de representar ideias ou sentimentos. Uma forma muito original de usar a já muito "original" expressão que uma imagem vale mil palavras. Tentei desta maneira "desculpar" a ausência de vocabulário ou a tenacidade necessária para esgrimir este nosso complicado português. Mas como velhos hábitos dificilmente se perdem, volto a recorrer a uma imagem para servir de rampa de lançamento para mais um "poste" (não vá eu cair na tentação do estrangeirismo de novo!).
Por vezes usamos os carris como forma de mostrar como há pessoas que vivem uma vida ao lado uma da outra mas nunca se encontram... ora, como na vida, também consegui desmistificar esta "crença" (há cerca de cinco minutos) de que o raio dos carris nunca se encontram !! Posso-lhes garantir que sempre fui acérrimo defensor da CP como veemente divulgadora do paralelismo das vidas e da ausência de contacto, estava mesmo prestes a dedicar esta "pérola" am esse mesmo facto, quando me esbarrei com esta imagem... Passei alguns segundos a fitá-la, depois retornei aos meus 20 anos e aos pensamentos que a solidão me conferia, depois reparei que certos pensamentos nunca deviam ser esquecidos. Pensei há coisa de 11 anitos, que os conceitos, tal como as regras são mutáveis e inconstantes, são todos postulados há espera que a nossa experiência ou sabedoria os ponha em questão ou os arrume duma vez por todas para o monte das teorias dementes e infundadas. Como é que raio eu poderia me sentir bem quando dois longos pedaços de aço provaram que os ditos afinal se encontram e cruzam!
As frases, mesmo quando simples, podem nos levar a um nível de esclarecimento muito elevado. Costumo dizer que a felicidade não é um estado mas sim um conjunto de situações felizes, mas agora tenho de acrescentar que a vida a dois (ou mais dependendo da geografia e do credo!) é realmente e graficamente uma linha da CP! Podemos vociferar barbaridades em como estamos em sintonias diferentes, ou que nunca nos entendemos, assim como enaltecermos o quão juntinhos estamos e como partilhamos tudo, mas a realidade é bem diferente. Somos indivíduos, somos entidades independentes e com desejos e sonhos diferentes. Não quer dizer que não possamos partilhar sonhos com alguém, significa apenas que também temos os nossos. Somos carris opostos numa linha que inevitavelmente se cruzará ao longo das várias estações e ramificações das linhas. Assim como a felicidade, a vida a dois nunca é contínua, é uma sucessão de cruzamentos que podemos e devemos aproveitar.
Ainda fazendo uso das imagens, poderão com todo o direito afirmar que as suas "estações" distam demasiado, ou que são carris de linhas diferentes, mas da mesma maneira que eu ponho em perspectiva tudo o que "sei", pode até ser que a estação esteja longe ou que o comboio vá bem devagar, ou ainda que seja uma linha sem estações e sem ramificações, mas tenham sempre em mente que até o comboio mais lento "une" os dois carris, e que nas linhas sem estações ou ramificações, os carris estarão sempre "presos" um ao outro cabe-nos descobrir porquê e lembrarmo-nos disso.
Ao olhar os carris para o horizonte, o ponto de fuga une-os inegavelmente. Pode até ser uma ilusão e como ilusão que é faz-nos mudar a perspectiva ou alimenta-nos a esperança, de qualquer maneira só temos a ganhar ao olhá-los assim.

Nota (O autor deste "poste" declara a sua idoneidade e a ausência de qualquer participação monetária, material ou sob a forma de serviços por parte da CP como forma de figurar neste "concorrido" pseudo-blog. Eu se tiver de viajar de comboio pago o mesmo que vocês !!!)

quinta-feira, agosto 09, 2007

O conceito de normalidade


Mais um post, mais uma dúvida existencial. Fico a cada dia mais convencido que estou rodeado por gente maluca! São mais que muitos todos aqueles que assim se referem à minha pessoa, mas eu acho que o problema é de todos eles e não meu! Mas que lata tem esse povão todo de dizer que eu tenho problemas! Quem os nomeou peritos em sanidade? Das mentes mais torturadas e labirinticas nasceram algumas das chamadas "Obras primas da humanidade". O Van Gogh também era desprezado no seu tempo, chegou até a cortar uma orelhae acabou por se suicidar para não ser mais um fardo para o seu irmão. O Beethoven gritou no último concerto que dirigiu porque estava a ficar surdo. Dali vivia um amor obsessivo e uma realidade desmontada e para além do até então imaginável. Hubert Reeves, um reconhecido cientista, compara o tempo com o voo da borboleta. Giger, não só criou o Alien e a criatura do filme Espécie Mortal (aka Species) como uma rica variedade de pinturas e esculturas "biomecanoides". A lista, se prolongada, não daria espaço para a minha indignação. Não sou, nem me proponho tornar num dos "monstros" do expoente da criatividade humana. Quero apenas o meu direito a ser diferente sem ser reprimido ou rotulado, pode ser?
Todos aqueles de quem falei (com a excepção de Giger que ainda está vivo), enfrentaram o repúdio e menosprezo de muitos durante a vida para serem considerados "mestres" quando se transformaram em "adubo" e nada mais puderam criar! Porra! Parece que é preciso estar morto neste mundo para ter algum tipo de respeito e perspectiva sobre aquilo que realmente somos!
Não consigo ser brando na dissecação da "normalidade". Milhões de pessoas consideram-se "normais", levam uma vida normal, com um emprego normal, numa casa normal e com uma familia normal... Eu gosto de pessoas extraordinárias que limpam vidros e vivem numa casa pequena com uma parede de cada cor acompanhados da avó metaleira, o filho sacerdote e a filha satânica!
Os normais afogam tudo o que a mente humana tem de bom. A criatividade é sensurada e os "fantasmas" que assim não têm escape levam o seu hospedeiro à loucura dos sociopatas, psicopatas e outros. A criação e a expressão, mesmo que sob a forma efémera da palavra falada, são o nosso único veículo para mostrar o quão humanos somos.
Voltando a fazer uso dum pensamento acabo este revoltado post com a seguinte frase:
A insanidade é normal, a loucura é liberdade.
Agora atrevam-se a chamar-me louco!

terça-feira, agosto 07, 2007

Presunções....


Estive a ler este meu projecto de blog (ou será melhor chamá-lo "blogue"? Esta coisa dos estrangeirismos vai sempre me perseguir!!) e reparei na falta escandalosa

de temas culturais que a todos podem interessar e que deverão concerteza enriquecer a sua sabedoria. Posto isto, acedi ao vasto e infindo poço de saber que me caracteriza e decidi partilhar alguns factos extremamente importantes com a "generalidade" dos mortais. Com toda a certeza estarei a ser "brindado" das mais refinadas brejeirices e insultos que vos possa ocorrer depois de me referir ao resto do mundo como "generalidade dos mortais", mas não dêm razão à minha presunçãozita e julguem pela capa e não pelo conteúdo!

De vez em quando sou abordado com a "mais-que-comum-e-irritante" expressão "eu disto não percebo mesmo nada! Sou mesmo burro(a)". Ora então para que não falte "palha" a estes distintos elementos da raça equina "cruzada ou adulterada" seguem-se factos que podem significar o vosso total abandono de tal desprestigiante grupo. Ficam então a saber que, se uníssemos todos os vasos sanguineos, artérias, veias e afins poderiamos fazer um "tubo" que daria duas voltas e meia ao nosso planeta!!! Que tal? Já se sentem mais cultos? Ainda não? Então aqui vai mais uma, e sabiam que existem mais estrelas no cosmos do que o número total de sons emitidos pela Humanidade desde a sua origem? Agora é que devem estar ao rubro!!! Mas para não pecar por falta vamos ao excesso! Sabiam que num cm do vosso cólon (cu, para aqueles que não sabem!!) existem mais bactérias vivas do que existem pessoas no mundo?(ainda bem que não é ao contrário, porque tanta gente no cólon poderia ser prejudicial para a saude do individuo e daqueles que o habitavam.) Podem já estar a pensar que já têm uma linhitas para impressionar os eruditos deste mundo, mas para arrasar tenho de concluir com outro facto notoriamente importante.

A sabedoria não se mede, não se gaba nem é estanque. Poderá alguém, alguma vez dizer que não sabe nada? Eu até posso saber uma catrefada de coisas sobre informática, mas de certeza que não sei tudo e de certeza que não me safava se tivesse de plantar campos para sobreviver. Essa sabedoria não a tenho. E como essa tantas outras, de como fazer um bolo delicioso, como bordar um pano ou idealizar uma construção. Posso imaginar muitas coisas, saber muitas coisas, mas de acordo com a "opinião" de alguns também me deveria inserir no grupo equino "cruzado ou desviado"!! O saber saber é muito diferente do pensar saber. Não se meçam por "réguas" que não vos servem, façam a própria. Estimem aquilo que sabem fazer e aquilo que sabem saber, explorem mais e aprendam mais e não se prendam a factos que de nada vos servirão nem vos levarão ao "título" de inteligentes.

O saber é importante e pode-nos abrir janelas e portas que desconhecíamos, pesem bem o que poderão descobrir, o que conseguirão uma vez escancaradas as primeiras...

Para acabar deixo-vos uma última presunção, se pensam que os cientistas e investigadores são mais do que nós porque sabem muito mais de um determinado assunto do que nós, fixem bem nessa cabeça que o que os move é a ignorância. Se tudo se soubesse nada haveria a descobrir ou investigar, o que não sabemos faz-nos crescer e evoluir.

Presunçosamente me despeço...

quinta-feira, agosto 02, 2007

Handle with care ?

A dúvida assombra qualquer resposta precipitada dada por um homem qualquer. Quando nos questionamos como lidar como uma mulher, como tratá-la, como conviver com ela, como viver com ela,a resposta pode ser mais complicada do que se esperava...
Precisaria mais ou menos de 16 horas e 47 minutos (sim, porque isto de ser homem e ter apetência pra detalhes técnicos e teorias que não interessam a ninguém tem as suas vantagens!!!) para detalhar todas as perspectivas que eu conheço e outro tanto para dissecá-las ponto-a-ponto (mas isto de ser homem e comodista e preguiçoso também tem as suas vantagens). Por isso vou dividir os homens em três grupos (afinal não somos todos iguais pois não?) e sujeitá-los à mesma situação e vão ver que nehuma resposta está correcta.
Os grupos consitem do seguinte, o primeiro grupo será o dos homens "decentes", o segundo dos que sencontram no limbo da decência e da promiscuidade e o terceiro grupo de "indecentes".
O homem decente quando se cruza com uma mulher atraente, observa e preocupa-se com a discreção no seu olhar, se tiver de a cumprimentar olha-a nos olhos (embora durante todo este processo esteja a imaginar como seria bom comê-la ou como vai micar o rabo e as mamas quando ela não estiver a perceber). O homem do Limbo, olha-a de cima a baixo, mas tenta disfarçar os seus apetites carnais (sempre tarde demais acrescento!), vexado nem tem coragem de a cumprimentar (mas como seria bom comê-la!). O homem indecente, provoca desconforto da nossa "brasa" que aumenta a dose de snobismo a ver se se safa (ele pensa que mesmo sendo uma queque, devia ser uma boa queca!!!). Do ponto de vista de 3 mulheres diferentes podemos resumir o seguinte:

Mulher 1 perante o homem....
Decente - "Que seca de gajo, bem parecido mas um pouco chato! Será que não o atraio? Só dá pra amigo!"
Limbo - "Que mal disfarçado! Este gajo, apesar disso tem bom gosto! Posso ver se o "pico" mais um bocadinho!!!"
Indecente - "Irra que tarado! Mais um bocadinho e até ficava convencida que as roupas eram transparentes!!! Eu devo fazer mesmo os homens enlouquecerem tal o descontrolo deles, sou mesmo boa!!"

Mulher 2 perante o homem...
Decente - "Huuum, este é bem ineteressante, educado e não me caracteriza só pelo aspecto! Tenho de o conhecer melhor...."
Limbo - "Estou a começar a ficar farta destes olhares "discretos". Parece-me mesmo pouco inteligente a maneira como disfarçou! Esquece!"
Indecente - "Agh! Não existem sitios proprios para animais irracionais destes? Nojento!"

Mulher 3 perante o homem...
Decente - "Nabo! Pãozinho sem sal! Liga para a minha avó que ela será o par ideal para ti!"
Limbo - "Este parece que tem medo de mim! Olhou e fugiu! Querias!"
Indecente - "Se achas que o que vês agora te faz imaginar coisas, eu fazia-te coisas que nem imaginas... ANIMAL!!!"

Comclusã0, pelos vistos não há maneira correcta de lidar com as mulheres. Todos os exemplos referidos anteriormente têm ou não sorte na maneira como lidam com o sexo oposto dependendo exclusivamente do elemento que encontram pela sua frente.
Os homens não são todos iguais (apesar de todos imaginarem "comer" a gaja!) e não fazem a mínima ideia de como se adaptar a uma mulher diferente, isso dá muito trabalho!!!!
As mulheres são mesmo um bicho complicado!! Não há resposta certa nem atitude certa perante tais divinais criaturas que nos elevam o ego e o amor-próprio ou nos espezinham com o belo do salto alto bem fino! É que mesmo que se casem, a mulher ainda vai dizer que "sabes aquela vez que fizeste uma serenata e eu disse que adorei? Eu adorei a IDEIA, porque a voz...". Depois de casar ainda vai ter o poder imenso de esmagar os patéticos esforços que o homem fez, faz e fará ao longo da história para merecer a companhia de tão distinta e desejável criatura.

E vou parar por aqui antes que seja bombardeado pelos estiletes de feministas extremistas !!

NOTA(A nossa única salvação, apesar de tudo é que "para cada testo há uma panela")

segunda-feira, julho 30, 2007

O meu reino por uma tesoura!


Parece loucura? O outro pediu um cavalo, eu uma tesoura? Nunca vos ocorreu que o mundo que criamos na nossa cabeça não passa de um novelo de vários tipos de cordel, lã, corda e tripas torcidas que não fazem muito sentido? E nem pensem em dizer que sou louco a trocar o meu "reino" por uma tesoura ou a me referir ao mundo que criamos na cabeça, porque é de todo impossível termos todos a mesma visão deste (i)mundo. O que percebemos deste mundo chega-nos pelos nossos sentidos, pela nossa experiência, por tudo aquilo ques nos educam a percepcionar como sendo a maneira "correcta". Nada como um batalhão de biomecanoides bem treinados e eficientes que alimentarão o futuro da máquina infernal que nos consome. Eu quero cortar esse novelo! Tenho a certeza que no meio do caos que aperta o meu ser a cada pulsação, existe algo de valioso, algo que de tão simples poderá ser a minha ruína ou a maior maravilha do universo...
Fica então uma questão no ar, será que a nossa alma é como o santo graal? Ficamos ofuscados com o brilho falso de tudo o que nos rodeia e não percebemos que no fosco e rude pode estar escondido o segredo da felicidade ou plenitude? Tenho a minha dose de ofuscamentos e sei que continuarei neste caminho de cegos até ao dia em que não terei outra hipótese senão de olhar para dentro...
Não consigo fugir destes pensamentos, destas frustrações e negros presentimentos. Rio-me todos os dias por futilidades, por razão nenhuma ou porque algo naquele dia me faz rir descaradamente como não riria noutro dia qualquer. Convenço-me que a felicidade não é contínua, é aos bocadinhos. Porque não ao contrário? Vejo a cada dia mais e mais pessoas que desejam que a sua vida fosse doutra forma e nada fazem para a mudar.
Eu contra mim falo, mas está na hora de retiro e de tempo para olhar para dentro! A última vez que o fiz chorei incessantemente como uma criança porque vi a riqueza da minha existência num misto de felicidade extrema e tristeza que também se extremou e não houve e nem haverá lugar para palavras que descrevam o que se vê.
Fui célula, feto, bebé, criança e agora sou um adulto que ainda não compreende porque complico tanto as coisas...
O MEU REINO POR UMA TESOURA!!!!

terça-feira, julho 24, 2007

A felicidade sob a forma de um sorriso...


O meu filho estava quase a adormecer e acariciei-lhe a face, respondeu com um sorriso que fez-me sentir de alma lavada. Como é que uma criaturazita daquele tamanho, sem saber o que nos pesa nos ombros, simplesmente sorri e tudo parece ser tão pequeno comparado com aquele pequeno grande sorriso. De repente os meus grandes problemas e questões pendentes têm o significado que têm de ter.
Ele faz-me relativizar tudo e ensina-me que o dia tem de ser "fatiado". Uma fatia grossa de sono, outra bem grossa de trabalho e uma fatia mais fina (mas aquela que apanha o topping (e eu a dar-lhe com os estranegeirismos) que preferimos e o recheio mais doce de todos) do meu filho. O resto do bolo até parece rançoso!
Agora estou a rapar os restinhos do bolo que ainda estão presos ao prato e deixo fluir o prazer que senti ao saborear a fatia mais fina, por palavras insuficientes e banais que nunca farão justiça ao amor que sinto pelo meu filho.
Parem um bocadinho com as fatias rançosas do dia, olhem bem para dentro dos olhos duma criança, deixem a inocência e o seu sorriso trespassar-vos o peito, vão ver que não doi nada!
Cheio de saudável lamechice me despeço.

sexta-feira, julho 20, 2007

Visão periférica


Farto-me de pensar que a sociedade nos sufoca, que nos limita os horizontes e atrofia o pensamento. Hoje lembrei-me dum livro acerca de budismo zen, que dedicava uma considerável parte à visão periférica. Na cultura ocidental, diz-se que o essencial é invisível ao olhar, no oriente vão mais longe e dizem que não vemos o essencial porque não vemos um "todo". Temos os pontos em que concentramos a nossa atenção e o que os rodeia passa despercebido. Sem querer, ás vezes, apercebemo-nos de algo pelo canto do olho... mas depois de concentrada a visão "afinal foi só impressão minha!". Quantas vezes repetimos já e quantas mais repetiremos esta frase? Porque só conseguimos ve 16,7 milhões de cores isso quererá dizer que não haverá outras? E será que as cores que eu vejo são as mesmas que tu vês?
Temos a capacidade de apreender informação voluntaria e invonlutariamente, estranhamos o "cocktail" (e eu a dar-lhe com os recursivos estrangeirismos !!!) de imagens e acontecimentos que apelidamos de estranhos quando nos lembramos desses sonhos. A mente não pode ser só químicos e sinapses que em conjunto formulam o que designamos por saber. Isso seria a visão limitativa dos conceitos pré-estabelecidos pela "reputada" ciência e pelos inúmeros textos acerca do assunto. Quando penso nisto, entro em contradição! Sou realista e muito desligado das espiritualdades. Acredito na capacidade das pessoas serem muito mais do que acreditam poder ser. Acredito na hábil fluência de palavras que alguns possuem e encantam quem os ouve e quem os lê. Acredito no amor incondicional, porque um filho é a testemunha desse amor. Acredito na bondade e generosidade de alguns e temo pela sua segurança neste mundo "cão"! Leio e ouço dizer que o amor, a amizade e afectividade, o raciocínio, o pânico, o medo, a dor e outros apenas "acontecem" em áreas bem definidas do nosso cérebro. Que tais coisas são o resultado da acumulação de determinadas substâncias em conjunto com sinais eléctricos que acontecem entre os neuronios....
Pensem bem nesta última frase... parece muita presunção não acham? Que qualificações temos nós para podermos dizer como nos surgem as emoções? Que visão estreita e limitada é esta duma das obras primas da natureza? É preciso prestar atenção ao que se passa no canto do olho! Para que seria necessária a evolução da inteligência ao ponto que chegamos se o princípio de qualquer ser vivo na natureza é apenas a auto-preservaçao e a sua continuidade? Bastavamos ser capazes de caçar ou plantar e nos reproduzirmos e pronto!!! Para quê perder tempo cum um "melão" cheio de ideias e sonhos e esperanças? Um "melão" que já matou mais do que qualquer arma do mundo! Não pode ter sido por acaso, até o Carl Sagan dizia que na formação do universo nada foi por acaso. Olhem bem para o nosso mundo, olhem apara a variedade de formas, de seres e ambientes que aliemntam essa diversidade, olhem mas não tentem compreender, comtemplem apenas....
Experimentem ir para um sítio qualquer (sossegado ou não, até pode ser com vista para a VCI na hora de ponta!!!), sentem-se o mais confortavelmente possível e olhem em frente... tentem olhar para tudo sem lhes dar nomes ou qualidades... tentem olhar para uma árvore sem pensar que é uma árvore e tem folhas que podem verdes... libertem-se dos conceitos que foram criados para comunicar a nossa percepção da realidade. Usem a visão periférica! A linguagem que usamos limita a capacidade inata de sermos muito mais complexos e de comunicar vários pensamentos em simultaneo. As definições cerram-nos as portas de um quarto sem sabermos o quão grande é a casa e se é realmente uma casa. Os idiomas e vários tipos de escrita são a prova que em locais isolados uns dos outros, as populações humanas desenvolveram cada uma, uma maneira diferente de comunicar, com mais ou menos vocabulário pudemos então pasar mais mensagens e cada vez mais complexas... mas não o suficiente.
Olhem para o horizonte, libertem-se do vosso super-ego, das vossas aprendizagens e sintam como o campo de visão fica surpreendentemente aumentado. Absorvam a beleza das coisas sem lhes atribuir rótulos. Sintam cheirem vejam, toquem e ouçam, experimentem o mundo como uma criança que o descobre pela primeira vez.
A apelar para um mundo cada vez mais surdo, mudo e cego me despeço.

quarta-feira, julho 18, 2007

A simplicidade da complexidade



Ainda não foi há muito tempo que me relembrei de algumas coisas escritas no passado. Por causa de memórias hiperactivas tudo se desenrola como se fosse ontem. Escrevi uma vez que "Nós não vimos a este mundo para aprender, apenas para nos lembrarmos daquilo que sempre soubemos:" Isto dito por um tipo que é declaradamente cético e que acha que para tudo há uma explicação lógica, pode até ser que a resposta não seja conhecida na nossa geração, mas a humanidade vai responder aos mitos e lendas com uma certeza fria e desmoralizante da criatividade humana. A cada dia que passa ouve-se mais e mais o eterno queixume da complicação que a vida é nos dias que correm... mas... porque é que correm? Porque não páram para olhar para o lado? Comportamo-nos como as peças da máquina humana gigante que serpenteia por entre as nações alimentando outras máquinas ainda mais complexas e distantes fazendo de nós meros componentes dispensáveis.

O sr Giger é constantemente criticado por muitos por chocar na sua eterna junção a máquina ao ser vivo, ao criar o biomecanoide. Um retrato fiel dos dias que correm (mas.. porque é que correm?). Somos mais máquinas à superfície e deixamos que essa "pele" sufoque o brilho que guardamos no nosso interior. Não somos nem eternos nem indestrutíveis, por mais que criemos ou passemos para futuras gerações, será sempre distorcido o conteúdo pela percepção subjectiva do ser humano sobre uma perspectiva subjectiva de um ser humano com uma linguagem igualmente subjectiva.

Se regressarmos ao amanhecer da humanidade podemos ver como surgiram os comportamentos empreendeores, como surgiu o engenho, a invenção. Pela inocência e pela necessidade. Olhavam uma pedra e se esta tivesse uam forma actractiva seria um objecto estético, se fosse afiada seria tornada em ferramenta ou arma. O progresso baseou-se na necessidade durante milhares de anos. Com a invenção da escrita, a expressão plástica poderia ter o significado que queríamos e assim passamos para o futuro as nossas culturas, ideias, artes e eventos. Houve até uma era dourada que a invenção e o progresso eram motivados pelo sonho de ultrapassar os limites e as barreiras, que rápidamente de afogou numa "revolução industrial" que de "tão importante para a nossa economia global" fez das cidades os primeiros viveiros de biomecanoides...

O modo como uma criança pode olhar para um graveto e chamr-lhe varinha mágica, ou uma pedra ser um ser vivo, ou até um declive num terreno ser uma escalada duma montanha pode dizer-nos muito. Temos de deixar de olhar as coisas que nos rodeiam no seu todo complexo e olahr para o seu pormenor de simplicidade. Um automóvel possui mais de 5000 peças móveis, dessas, mais de metade quando isoladas, divulgam qual o seu funcionamento apenas pela sua forma, outra parte se explicada, será certamente compreendida como parte de um todo e qual a sua necessidade. Da mesma maneira, duma maneira geral, nas pessoas isoladamente podemos deduzir o que fazem na vida, mas outra parte terá de ser igualmente explicada pela sua aparência enganosa. Somos parte duma máquina maior que crava as unhas mais e mais profundamente no âmago do ser humano.

Não podemos deixar de ser parte da máquina, mas podemos olhar para nós com os olhos da criança, como peças simples da máquina e infinitamente complexas na alma. Dispamos a "pele" biomecanoide e sintamos o calor do sol na pele, o vento a arrepiar-nos e o som de um pequeno riacho que nos concretize nem que seja por um curto momento.

Sobre a simplicidade da complexidade teria muito mais para escrever, mas terá de ser depois, sem tanta mágoa. Tenho também de ser portador duma mensagem positiva, apesar de manter o mote de chocar e achocalhar as coisas...

Com sono me despeço.

A "vaca fria"



Numa mensagem publicada à pouco lancei o que poderá ser uam discussão acesa de linguística, estupidez ou pura diversão!! Mas porque raio usamos a "vaca fria" para nos referirmos ao assunto em questão ou ao melindroso assunto em questão?

Aceitam-se sugestões a esta alusão a um cadáver bovino no meio duma conversa dita normal.

Desde já agradeço a vossa atenção dispendida!

terça-feira, julho 17, 2007

The joke could be on you...


As coisas às vezes complicam-se para além do esperado ao acordar pelo lancinate toque do despertador. Acordamos a pensar que somos aquela pessoa com quem vivemos há 31 anos e pronto! Já sabemos com o que contar, os defeitos, as virtudes, mas eis que se descobre que burro velho também tem de aprender!
As pessoas continuam a lutar por feijões! Não sei se me faço entender, mas a pequenez de certas atitudes já começa a desgastar a minha paciência !! Não é que afinal, as teorias de conspiração, os "eu sei bem o que ele anda a fazer ca dentro!", e os "que me dêem a mim esse salário que eu também gostava de fazer nenhum como ele !" têm afinal fundamento real ? Por esta altura devem-se repetir os "Duh !!!" (ora aí estou eu a ingressar numa nova onda de estrangeirismos, agora sob a forma duma anamatopeia !!! Chiça !)! Mas será assim tão mau ainda acreditar nas pessoas? Não produziríamos todos muito mais se soubessemos que trabalhamos com outros seres humanos e não com um antro de ratazanas (que me perdoem os distintos roedores portadores de maleitas que controlam a população humana!) ? Quer dizer, eu chegaria ao local de trabalho com vontade de trabalhar não porque o patrão precisa que faça o meu trabalho, mas porque este me disponibilizou as condições e flexibilidade organizacional para que eu desempenhe a minha função no meu melhor?
É melhor deixar-me dessas cenas! Daqui a nada tenho uma "série" de posts a me insultarem de Utópico ou pior... de Político! E o objectivo de decapitar a boneca não é de todo corrigir o que está mal sugerindo soluções, mas sim (e recorrendo a novo estrageirismo!!) "Bitch about the situation !!" da maneira mais criativa que posso, para meu entretenimento e de quem se der ao trabalho (lá está! será que dou as condições ideais para que os meus "assíduos leitores" se dêm ao trabalho?) de ler!
E voltando à "vaca fria" (porque será que raio nos referimos ao busilis popularmente como vaca fria? Ora aí está um tema interessante para descobrir, quem ler isto e tiver alguma sugestão, por favor "Poste" (rais parta os estrangeirismos!), COMENTE !!!!). De vez em quando, caímos no marasmo da estupidez de pensarmos que estamos a controlar alguma parte da nossa vida! Pois é! Não estamos! Umas vezes estampamo-nos ao comprido de cara para o chão quando nos apercebemos que insistimos desde sempre em seguir um caminho errado, outras as coisas podem até ficar interessantes quando olhamos em volta e não está ninguém (pista inequívoca de que ou somos o próximo Profeta ou realmente estamos errados!!). E hoje descobri (outra vez!!!)que afinal não sou o próximo Profeta, nem sequer controlo 1% da minha vida.

Para variar vou acabar om uma afirmação bem pacífica:

A vida é toda feita de momentos porque a cada segundo que se esgota do nosso tempo tomamos decisões e seguimos rumos diferentes que inevitavelmente farão as nossas delícias ou penas...

A sorver este momento de prazer que tenho ao escrever estas linhas me despeço.

sexta-feira, julho 13, 2007

O prazer sórdido do stress(e)


Parece até que estou maluco ao escrever tal coisa, mas é verdade meus amigos,(como se fossem muitos os meus leitores :P) o stress(e) também pode providenciar ao seu hospedeiro um certo prazer. Hoje foi o que normalmente se chamaria um "daqueles" dias! Pedidos de todas as direcções em todas as direcções sem ordem nem nexo, sem filtro nem coordenação numa roda viva de desancos e graçolas gastas para ganhar tempo que não temos. Fiquei hoje num ponto em que andava sistematicamente de um lado para outro a pensar qual seria a próxima merda que eu tinha de remediar para calar o telefone. Escusado será dizer que fiz a escolha errada, mas nem por isso deixei que o stress(e) (ou stresse como foi determinado pelos desocupados que passam a vida a criticar estrangeirismos e nao se dignam a traduzir as expressões adicionando-lhes vogais como forma de as "aportuguesar"! Caros senhores, "stress" em Inglês pode ser traduzido como desgaste, pressão, quantidade de força exercida sobre um ou vários pontos,etc. !!) me abatesse. Deixei sim que o stress(e) me desse o prazer de me sentir ganzado com adrenalina e sentir a invencibilidade na toxicidade com que respondia aos que procuravam a minha ajuda para resolver os seus problemas!! Ah ah ah ah ! Sou invencível quando sou irrascível !!!! Tomem lá seus pamonhas que só sabem dizer da desgraça e não sabem ser pessoas! Ao invés dum "bom dia" ouvi repetidamente o belo do "Isto é uma vergonha!" ou "Tarda, mas...", e o ainda mais original "Já tive este problema praí umas 50 vezes hoje!".
Para acabar basta dizer que a pequenez dos vossos mundos não me afecta!! Vocês atrofiam com o stress(e) e eu regojizo-me com aquele que me domina e vos faz ter as reacções controladas de ratos de laboratório!
Podem até dizer que sou sádico, que o prazer sórdido que sinto não vem do meu stress(e), mas do dos outros. Nada podia estar mais longe da verdade!!! Stressado (bolas lá fui eu compactuar com os estrangeirismos, devia dizer, "sob pressão" ou qualquer coisa do género...), a minha válvula de pressão frequentemente bloqueada pelo meu super-ego, dispara quando precisa para aliviar a tensão e a agressividade. Dentro de mim (e concerteza de muitos outros), nasce um canto negro que sorri de escárnio daqueles que levam a lama que se acumulou por tempos infindos... Digam o que disserem, até posso parecer injusto e parvo e estúpido, mas como hoje já disse a uma "escorpiona", "conheço pessoas que aos seus 50 e tais anos dizem que já não têm paciência para hipocrisia, eu pelos vistos já estou assim aos 31 !!".

Por isso, e para acabar com um post que parece um dos dicionários dos "desocupados", que se danem as etiquetas e a educação, pisoteio o meu super-ego e digo-o para que todos possam ler:

"Que se fodam todos aqueles que acham que o mundo lhes pertence! Que as suas entranhas se torçam e retorçam numa sinfonia de dor e os faça perceber que são só humanos!! Carne, sangue e ossos que o deixarão de ser um dia... O horizonte não se encontra debaixo do vosso nariz, ele não existe! Peças duma biomassa cada vez mais degradada e menos diversificada pela falta de visão desses supostos "donos do mundo"!
Para acabar devo plagiar uma expressão que ouvi há alguns anos, "Que vos cresça um pinheiro no cu, que seja dos mansos para depois levarem com as pinhas na cornadura a ver se ganham juízo !!""

É melhor parar antes que parta para a violência !!!