O meu filho estava quase a adormecer e acariciei-lhe a face, respondeu com um sorriso que fez-me sentir de alma lavada. Como é que uma criaturazita daquele tamanho, sem saber o que nos pesa nos ombros, simplesmente sorri e tudo parece ser tão pequeno comparado com aquele pequeno grande sorriso. De repente os meus grandes problemas e questões pendentes têm o significado que têm de ter.
Ele faz-me relativizar tudo e ensina-me que o dia tem de ser "fatiado". Uma fatia grossa de sono, outra bem grossa de trabalho e uma fatia mais fina (mas aquela que apanha o topping (e eu a dar-lhe com os estranegeirismos) que preferimos e o recheio mais doce de todos) do meu filho. O resto do bolo até parece rançoso!
Agora estou a rapar os restinhos do bolo que ainda estão presos ao prato e deixo fluir o prazer que senti ao saborear a fatia mais fina, por palavras insuficientes e banais que nunca farão justiça ao amor que sinto pelo meu filho.
Parem um bocadinho com as fatias rançosas do dia, olhem bem para dentro dos olhos duma criança, deixem a inocência e o seu sorriso trespassar-vos o peito, vão ver que não doi nada!
Cheio de saudável lamechice me despeço.
1 comentário:
O amor não é lamechas.
E se for, que se foda!!!
Só não é lamechas quem não o consegue ser por falta de capacidade ou de caracter.
Abraço
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