segunda-feira, julho 30, 2007

O meu reino por uma tesoura!


Parece loucura? O outro pediu um cavalo, eu uma tesoura? Nunca vos ocorreu que o mundo que criamos na nossa cabeça não passa de um novelo de vários tipos de cordel, lã, corda e tripas torcidas que não fazem muito sentido? E nem pensem em dizer que sou louco a trocar o meu "reino" por uma tesoura ou a me referir ao mundo que criamos na cabeça, porque é de todo impossível termos todos a mesma visão deste (i)mundo. O que percebemos deste mundo chega-nos pelos nossos sentidos, pela nossa experiência, por tudo aquilo ques nos educam a percepcionar como sendo a maneira "correcta". Nada como um batalhão de biomecanoides bem treinados e eficientes que alimentarão o futuro da máquina infernal que nos consome. Eu quero cortar esse novelo! Tenho a certeza que no meio do caos que aperta o meu ser a cada pulsação, existe algo de valioso, algo que de tão simples poderá ser a minha ruína ou a maior maravilha do universo...
Fica então uma questão no ar, será que a nossa alma é como o santo graal? Ficamos ofuscados com o brilho falso de tudo o que nos rodeia e não percebemos que no fosco e rude pode estar escondido o segredo da felicidade ou plenitude? Tenho a minha dose de ofuscamentos e sei que continuarei neste caminho de cegos até ao dia em que não terei outra hipótese senão de olhar para dentro...
Não consigo fugir destes pensamentos, destas frustrações e negros presentimentos. Rio-me todos os dias por futilidades, por razão nenhuma ou porque algo naquele dia me faz rir descaradamente como não riria noutro dia qualquer. Convenço-me que a felicidade não é contínua, é aos bocadinhos. Porque não ao contrário? Vejo a cada dia mais e mais pessoas que desejam que a sua vida fosse doutra forma e nada fazem para a mudar.
Eu contra mim falo, mas está na hora de retiro e de tempo para olhar para dentro! A última vez que o fiz chorei incessantemente como uma criança porque vi a riqueza da minha existência num misto de felicidade extrema e tristeza que também se extremou e não houve e nem haverá lugar para palavras que descrevam o que se vê.
Fui célula, feto, bebé, criança e agora sou um adulto que ainda não compreende porque complico tanto as coisas...
O MEU REINO POR UMA TESOURA!!!!

1 comentário:

Flash disse...

Anormal e doente talvez queira dizer clarividente!

Não te deixes contaminar, cada um tem o seu jeito de sentir e o teu é bom enquanto for genuino.

Aceita este conselho deste ancião que muito te estima.

Dr. Mendez, Keep the good work!

Abraço