segunda-feira, novembro 05, 2007

O infinito e o infinitamente complexo

Dei por mim a retornar à "laje" para deixar mais alguns pensamentos. Desde que aprendi a ler que tentei aprofundar o meu conhecimento do indefenivel, do inconcebível, do infinito e do espaço sem nunca imaginar o complexo e infindável universo das emoções. Passei tantos anos a olhar para fora, a observar os outros, a aprender com eles e com as suas vidas, a moldar o meu feitio ao que achei mais correcto, a postular sobre tudo e mais alguma coisa sem saber realmente que o maior mistério ainda reside no nosso ser.
Parece-me algo despropositado admitir que só há pouco tempo me comecei a conhecer verdadeiramente, a saber expressar e sentir as emoções como elas devem ser vividas. Enquanto crianças fazemos tudo isto de uma forma completamente instintiva, à medida que crescemos aprendemos a nos "defender" das agressividades do ambiente e desaprendemos a sentir. Depois de refinar os meus sentidos e sentimentos deixei de ter espaço para a variedade e para a expressão. Carrego ainda uma tonelada de coisas que quero exteriorizar e enfrento agora um único dilema, o de assoberbar quem amo com os anos de "arquivo" que anseio por mostrar.
É como aprender a andar. Começamos por passos pequeninos e depois tentamos sem nos segurar-mos à mesa, depois até damos uns passitos mais ligeiros mas sempre com cuidado para não cair e não se magoar. Sinceramente acho que já estou no "passito ligeiro", tenho medo de me magoar, mas o fascínio da descoberta faz com que a dor seja apenas útil na decisão do próximo passo e não na determinação do meu caminho.

Estou a descer às profundezas do meu ser, estou a deixar que espreitem... tremo! O meu amor vai-me valer! O meu monstro olha, desconfiado, esta abertura que agora mantenho, resmunga baixinho o temor que também sente mas não me vira as costas.


A imensidão dos sentimentos é apenas comparável à do universo, a complexidade do sentir no entanto, não tem par.

D.M.

3 comentários:

Red Light Special disse...

Agora digo eu... uma ovação de pé para este teu texto (pé ante pé, sem pressas...).

Flash disse...

Doutor Mendez, curroboro da opinião do leitor anterior!
Mantenho-me de pé juntando o meu aplauso à ovação que começa a acompanhar recorrentemente os teus textos.
Estás cada vez melhor. Esperamos algum tempo por um novo post, mas valeu a pena!

Abraço

Lurdes Pereira disse...

"Monstrinho", já li este texto um monte de vezes e embora não tenha comentado até hoje, por falta de tempo, queria que soubesses que está LINDO!É comovente sentir a tua emoção perante as descobertas que fazes do teu universo.E como tem energia esse mundo interno!Dr. Mendez, manda tudo cá pra fora que a gente tá a gostar de ver (ler)!
Beijo galático...