A noite envolvia todo o espaço que as luzes fracassavam iluminar, todo o quadro amarelado pintado pela dádiva de Thomas Edison à humanidade carecia de cor... como ele precisava.
Cada passo, ruidoso, esmagava as folhas seca e enregeladas no chão, provocando ecos solitários pelos muros que ladeavam o caminho para o seu próximo encontro. Ouvia-se respirar e agradecia essa dádiva, agradecia o cortar impiedoso do frio nas suas mãos ainda húmidas do despejar da vida que há pouco tirara deste mundo.
O caminho parecia cada vez mais longo, desprovido de destino definido, carecia dum objectivo que alimentasse a fome que teimava em não se saciar.
...
O estalido das folhas congelou o tempo, tudo parou...
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O caminho era longo, infinito até... uma lição para a sua crescente impaciência?
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Deteve-se. Voltou no mesmo caminho, mas agora para casa. Tinha de ter um destino, um objectivo, senão seria apenas mais um dos impuros que desprezava.
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Pensou que a frase que havia ouvido de raspão há muito fazia todo o sentido agora: "O caminho é mais importante que o destino...". Atreveu-se a acabar a frase: "O destino fica no fim do caminho, mas não significa que este tenha encontrado de facto o seu fim!"
Sentia-se orgulhoso e sorridente. Não havia cedido à fome, tinha de controlar os seus impulsos "alimentares".
Amanhã o caminho irá findar temporariamente no destino a determinar...
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